sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

"Roda mundo, roda gigante..."

Felicidade. Tristeza. Sentimentos tão opostos [tão próximos]. Um leva ao outro, involuntariamente.
Felicidade.
A felicidade é tão abstrata que vivemos a sonhar com esta utopia. Vivemos em busca de algo que existe nos livros de infância que lemos ou nas estórias dos filmes de Hollywood.
Não sei bem por que, soubemos de algum, modo que a felicidade existe. Mas, de verdade, quem já viu? Quem já se sentiu completamente feliz e realizado? Quem já se sentiu tão bem a ponto de não ter nenhuma preocupação, e tudo acontecer exatamente como o previsto?
Não é ceticismo, é apenas a verdade, nua e crua, que exponho.  É claro que existem momentos felizes, onde algo o deixa tão animado, que, momentaneamente, é esquecido qualquer tormento. Mas é tão belo quanto breve. Isto faz com que seja tão sublime, que se torna inesquecível. Geralmente, se torna o tempo mais bem gasto e agradável que se pode sentir, quem sabe, por toda a vida. É isso que nos transmite a ilusão de “felizes para sempre”.  Talvez essa seja o verdadeiro sentido de felizes para sempre. Aquele estado agudo de felicidade, instantâneo, eufórico. Talvez seja a lembrança dessa sensação que torna o “feliz” para sempre.
Tristeza.
Agora me diz: Por que, diabos, rejeitamos tanto a tristeza?
Durante esses dias, eu li um texto da Martha Medeiros, publicado na Revista O Globo, e em um trecho era dito (cof cof): “Porque ficar triste é comum, é um sentimento tão legítimo quanto a alegria, é um registro da nossa sensibilidade, que ora gargalha em grupo, ora busca o silêncio e a solidão. [...] Que nos deixem quietos, que quietude é armazenamento de força e sabedoria, daqui a pouco a gente volta, a gente sempre volta, anunciando o fim de mais uma dor  – que venha a próxima, normais que somos.”
Devo dizer, refleti muito sobre esse pensamento. A tristeza deveria ser mais respeitada. Às vezes, é através na nossa dor que nos concentramos no nosso interior, enxergamos nossas verdades, nossos medos, e aprendemos a lidar com toda essa confusão. É quando estamos mais sensíveis e vemos tudo de forma clara e objetiva. Por mais que gritemos a todos que é dor mais forte e que é pra sempre, no fundo sabemos que é passageiro. Quando passa, nos resta a saudade, e isso não é tão ruim.

E a tristeza, logo, logo, encontra a felicidade. E depois a tristeza se abriga outra vez. É um ciclo vicioso. Quem sabe, seja só a arte de viver.
Cara... esquece isso!


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