terça-feira, 9 de agosto de 2011

Pedaços de mim em exposição...

Hoje me olhei no espelho. Me vi nua e crua. Pálida, magra. Vi mais do que vejo. Olhei para mim.
Vi meu vazio, vi quase nada. Vi tudo. Vi alguns medos, na verdade eram muitos, todos bem escondidos, pude notar.
Vi uma saudade, pouco lembrada, mas não ausente.
Vi poucos planos, ainda não concluidos. Vi minha força, tão fraca que mal a reconheci.
Havia dor em mim, também. Tentei não olhar, mas não pude evitar. Haviam gritos sufocados, guardados em uma gaveta.
Percebi, bem pequena e solitária... ela estava ali. Ela, que sempre me levava onde queria: A esperança. Já meio esgotada, um tanto cansada.
Perto do peito vi um rosto. Parecia muito comigo, mas não era eu. E o rosto me olhou como quem estende a mão. E eu olhei de volta, como se me enxergasse, como se entendesse que esse rosto era uma parte de mim. Como se fosse a minha metade, e fosse me preencher. Foi até bonito.
Hoje eu quis não querer nada, nem ninguém. Hoje, só hoje, eu não queria amar ninguém, eu queria não me importar com mais nada. Hoje eu quis fazer silêncio como protesto.
Hoje eu quis chorar. O fiz. Sufoquei na toalha, no travisseiro. Disfarcei no banco, mas eu sabia que todos me olhavam. Não liguei. Eu to cansada de dizer: "Eu estou bem. Vou ficar bem. Eu sempre fico bem." Eu to cansada de ser forte, porque quando se é forte, as pessoas abusam de você, e te esmagam, destroem. Porra, só hoje, eu queria não cuidar de alguém. Hoje eu queria que alguém cuidasse de mim.
Hoje eu precisei de um abraço. Ninguém se aproximou. Eu queria que alguém me visse, como eu me via, eu realmente precisava disso. Alguém podia ter dito: Tá tudo bem. Não houve voz. Hoje, eu descobri que estava sozinha, e que ninguém me salvaria de mim.
Hoje, eu estou triste. Abri o armário, vesti um sorriso e fui.



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